segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Era uma vez num país chamado Brasil....

Resenha do Seminário

A internet e a educação – Uma aliança necessária.

“Vivemos em um mundo onde a tecnologia muda o cenário dos ambientes de aprendizagem”
Klaus Schlünzen

O seminário apresentado por alunos graduandos do 7º período de História da UESPI – A internet e a educação – uma aliança necessária - traz em seu conteúdo as questões referentes a internet, mas especificamente sobre os caminhos viáveis que essa tecnologia poderia mediar para o sucesso na educação assim como os malefícios causados pelo mau uso desse recurso.
A internet, muitas vezes, é vista como inimiga da educação. Retratada como um ambiente descontrolado onde sobra material pornográfico, inutilidades variadas e artigos de cultura inútil. Mas alguns profissionais, atualizados com as evoluções constantes no mundo, enxergam esse mundo possível com outro olhar: nessa terra sem lei, sobram oportunidades de conhecimento, ferramentas usáveis na sala de aula e fora dela, úteis na hora de manter o aprendizado dos alunos e em momentos de diversão e descontração, como por exemplo, o uso das redes sociais (Orkut, facebook, twiter).
A internet, no entanto, é de dupla face, no momento em que ela se mostra amiga e em outros casos inimiga do usuário, basta que para isso, a pessoa que esteja acessando saiba como lhe dar com essa ferramenta tão valiosa. Um exemplo clássico é o de dois alunos com interesses distintos. O primeiro é um aluno que faz um trabalho a base do “CTRL C, CTRL V” enquanto o outro se utiliza de textos da internet para enriquecer o aprendizado para só depois fazer algum tipo de atividade.
Esse cenário virtual por vezes é desconcertante quando é referido a educação. Com bases em preconceitos, o auxilio a educação com base em mídias virtuais nem sempre é vista com bons olhos. Um exemplo disso é a educação a distancia, que não aparece aqui como sendo algo equivocado e sem nexo. Ela é pois, a base da formação de milhares de pessoas atualmente.
Mas afinal, o que é educação a distancia? Um primeiro conceito poderia ser definido nos seguintes termos:
Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. (Carlos Alberto, 2007, p. 12)
Essa modalidade de ensino é totalmente inovadora, e hoje auxilia na formação de milhares de jovens e adultos por todo o mundo, como é constatado na LDB de 1996, Artigo 80, e nos seus respectivos parágrafos. Segundo as diretrizes da LDB, a EaD é uma modalidade de ensino que visa o processo positivo de formação do cidadão brasileiro e que poderá ser aplicada em todos os níveis e modalidades educacionais. Também determina que a EaD no Brasil terá uma regulamentação própria e que o credenciamento das instituições que desejam trabalhar com essa modalidade será feito pela União.
A principal diferença entre a educação a distancia e a educação presencial é o comportamento do aluno. Na educação presencial o aluno é um ouvinte, ele fica em sala de aula ouvindo o professor falar, enquanto na educação a distancia ele tem que ler muitos materiais, é uma espécie de estudo solitário, mas com muita dedicação, no qual o aluno desenvolve mais autonomia, mas perseverança porque sem esse requisito ele não conseguiria chegar ao final do curso.
Uma grande vantagem do ensino à distância através da internet é que este tipo de ensino pode ser utilizado por um grupo variado de pessoas que dele necessitam: alunos, estudantes universitários, trabalhadores, bem como por aqueles que querem voltar ao trabalho após um período de ausência.
Um estudante que não pode frequentar a escola, por motivos de doença, tem a oportunidade de acompanhar as aulas em casa e, portanto, não se vê em desvantagem em relação aos seus colegas.
O mesmo acontece com um estudante universitário que passa um semestre ou um ano no exterior: o ensino à distância permite-lhe "assistir" às aulas da sua universidade.
Os trabalhadores podem aumentar e atualizar os seus conhecimentos específicos no seu local de trabalho. Talvez tenham a oportunidade de obter uma licenciatura sem serem prejudicados pelos horários.
Nesse palco fértil de oportunidades, a EaD ainda tem muitas dificuldades a enfrentar, essa modalidade de ensino vai na direção de se firmar como uma certeza pedagógica e não apenas como uma alternativa ao ensino presencial. O maior problema, no entanto, é o mito da presencialidade. Nesse contexto, fica a questão: se os cursos em sua essência são a distância, por que a necessidade tão preeminente da presencialidade?
Como base no quadro apresentado durante a apresentação do seminário, o número de pessoas com acesso ao nível superior é de apenas 11% no Brasil, número indiscutivelmente pequeno se comparado a outros países como os EUA (70%) ou a Argentina (48%). Então a educação a distancia aparece como uma alternativa viável para expansão do ensino superior no Brasil.
No entanto, expandir sem qualificar o ensino acaba criando um efeito que tende a ser um fracasso. Garantir a qualidade do ensino é ponto chave no cenário educacional, sendo ela a distancia ou presencial. Entretanto, essa justificativa é questionada, principalmente quando a realidade brasileira é comparada a experiências em outros países. No Brasil é claro, com a superficial democratização das mídias tecnológicas, ainda há muito o que se fazer por aqui.
Por fim, o seminário aborda a questão da educação do futuro, mostrando como a introdução de um processo educativo centrado no aluno, não significa apenas a introdução de novas tecnologias na sala de aula, mas sim uma reorganização de todo o processo de ensino que desenvolva no aluno a capacidade de auto-aprendizagem, fatores indispensáveis para que o estudante profissional seja absorvido pelo mercado de trabalho, que se mostra cada dia mais saturado.
Com base na realidade na qual vivemos e pela qual lutamos para mudar, ainda se espera muito de autoridades e da própria sociedade civil. A tecnologia vem e quando se dá conta, ela já está ultrapassada. Por isso, é de significativa importância adaptar-se as novas tecnologias, acabar com preconceitos massificados na cabeça das pessoas e aproveitar o que as tecnologias tem de melhor para nos oferecer enquanto seres humanos.

Tiago Ferreira de Carvalho
 Acadêmico do curso de História da Universidade Estadual do Piauí - UESPI

Referências Bibliográficas

·         LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional